segunda-feira, 29 de outubro de 2007


Se Eu Morresse Amanhã!

Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que dove n'alva
Acorda a natureza mais loucã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Lembrança de Morrer Álvares de Azevedo


Lembrança de Morrer

Álvares de Azevedo

Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.

Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poente caminheiro
__ Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh´alma errante,
Onde fogo insensato a consumia;
Só uma saudade - é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade - é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe! pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!

De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos - bem poucos - e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoidecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.

Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios em encostou a face linda!

Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.

Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!

Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida.
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
__ Foi poeta - sonhou - e amou na vida.

Sombras do vale, noites da montanha,
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!

Mas quando preludia ave d´aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...

Deixai a lua prantear-me a lousa!

domingo, 21 de outubro de 2007

Mulheres e árvores ...

Mulheres e árvores



As mulheres são como as árvores:
elas fincam raízes no solo dos nossos corações,
têm paciência e capricho com o próprio crescimento,
seus braços são poderosos e, ao abraçá-las,
nossos espíritos recebem renovadas energias.
Elas amam e cuidam dos seus frutos,
mesmo sabendo que um dia o mundo os levará para longe.
Outras, aquelas que não dão frutos,
oferecem sua sombra àqueles que necessitam de descanso.
Quando açoitadas por fortes ventos da vida,
elas emanam o perfume da força,
trazendo calma por mais assustadora que seja a noite.
Seus corações voam alto o suficiente
para escutarem mais de perto os recados do céu.
Elas oxigenam as ruas das cidades, as avenidas,
os acostamentos de estradas e as beiras de rios e até as matas.
Elas entendem o canto dos passarinhos e, mais do que ninguém,
valorizam e protegem seus ninhos.
Suportam melhor a solidão e as dificuldades da vida...
Elas nascem em maior número
para que o verde da esperança jamais empalideça.
Todas mulheres são árvores...
e que lindas florestas elas fazem.


sexta-feira, 19 de outubro de 2007


A sua vista um humilde veterano do vaudeville, trajado com vestes de vítima e vilão pelas vicissitudes do destino. Esse semblante não mervermis de vaidade, é um vestígio de Vox populi agora vazia e esvaecida. Porém essa valorosa visitação de uma vexação passada se encontra vivificada e fez um voto de vencer os vermes vorazes e virulentos que se valem do vicio e valorizam a violação violenta depravada e voraz da vontade. O único veredicto é a vingança, a vendeta tida como votiva não por vaidade, pois o valor e a veracidade de tal devem um dia vindicar o vigilante e o virtuoso. Verdade como essa vivida verborragia se torna assaz verboso, permita que eu acrescente que é uma grande honra pra min, conhecê-los. Podem me chamar de V. V de Vingança

segunda-feira, 15 de outubro de 2007


Temple Of Love (tradução)

The Sisters Of Mercy


Templo do Amor

Com fogos de dor de um tiro em minha mão
Você corre para se esconder no templo do amor
Você corre para outro mas é sempre o mesmo
Para o vento que soprará meu nome por toda essa terra

No templo de amor vocês se escondem juntos
Acreditando na dor e no medo exterior
Mas algo de vocês percorrem o tempo
E as lágrimas que ele chorou
Choverão pelas paredes com os olhos dos amantes

No templo do amor: Brilha como trovão
No templo do amor: Chora como chuva
No templo do amor: Ouça meu chamado
No templo do amor: Ouça meu nome

E o demônio em roupas pretas observa tudo
Meu anjo da guarda foge
A vida é curta e o amor sempre acaba pela manhã
Vento negro leve-me para longe

Com a morte da luz do sol e a noite sobre mim
Com a arma de um amante e a dor de um tiro por dentro

Você corre para se esconder no templo do amor
Você corre para outro é tudo o mesmo
Para o vento que soprará e atirará suas muralhas para o lado
Com os fogos de artifício estourando sobre mim
Com a arma de um amante e a dor de um tiro
Você corre para se esconder no templo do amor
Eu brilho como trovão e choro como a chuva
E o templo cresce forte
Mas o vento soprará com força, frio e longamente
E o templo do amor ruirá antes que este vento negro
Não mais sopre meu nome para você
No céu negro os relâmpagos impetuosos
Arrastando sobre o chão as águas
Os sons das águas chorando, ofegando não salvará sua fé
Em tijolos e sonhos de concreto
Todas as suas preces deverão se parecer com nada
Noventa e seis abaixo das ondas
Quando a pedra é pó e somente o ar permanecerá

No templo do amor: Brilha como trovão
No templo do amor: Chora como chuva
No templo do amor: Ouça meu chamado
E no templo do amor esta ruindo

(repete verso 7)
O único porto em que você pode confiar
(repete verso 3)
Com os fogos de artifício estourando sobre mim
Com a arma de um amante e a dor de um tiro
(repete verso 6)

domingo, 14 de outubro de 2007


Cinderela em negativo

Saltos altos de cristal
Cravam-se, atrapalhados,
No meu coração

Dentro do espelho partido
Duas vozes:
A feroz que come o doce.
A feliz que a morte trouxe.

Gargalhada acrílica,
Volume leve do Pessimismo.
Estratégia de Aranha
Recuando, já ninguém a acredita
Também, já ninguém apanha.

A beleza de tudo e todos
À noite.
Camuflados em ridículo bruxedo
Quando bebemos,
Pesados, tremendo,
Todos os licores do Medo.
Ela sai à pressa.
Rasga a couraça.
O bilhete de identidade
A sua nobre raça.
Irmã do Mesmo_
Irmã do Outro.
Cabelo vermelho.
Abóbora elegante e explosiva_
Bomba de pregos certeiros.
Minúsculo e tóxico
Quarto minguante de Lua.
Ratos feiticeiros.
Rouba-me a noite,
Esnconde-a enfim,
Agora que estávamos
Tão próximos do fim.

O mal de viver
Que nunca acaba.
A caça jurada.
O troféu em mim.



Fernando Ribeiro

Escritor e Vocalista do Moonspell

sábado, 13 de outubro de 2007


Um dia..........
o dragão chegará.............
acompanhado da escuridão total........

Um dia...............
Estarei sozinha...............
Sentindo muito frio.................

Você vai chegar.........
Com Sua Espada..........
E matara Todos os monstros dentro de mim..........

Incluindo o Dragão da Solidão.................


Elsa

sábado, 6 de outubro de 2007




Be My Druidess

Type O Negative


Be my druidess
Be my everything
Be my druidess
Be mine
Around the pyre, A circle of thirteen
Throughout these woods, ecstatic screams
I look deeply into your eyes
I smell your hair, caress your thighs
Now we'll make love by fire light
A blaze so high it lights the night
Long fingernails dug in my skin
Yourself so wet invites me in
Our lust increased feeds desire
As we combust, yeah we on fire
I feel you shake so deep inside
Ooh scream my name and squeeze me tight
I'll do anything to make you come


Ismália

Alphonsus de Guimaraens


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...




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