segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Como não amar algo tão lindo...

Cada dia que passa desprezo mais o ser humano...
Sábado a noite estava chovendo tinha saído com meu namorado
era por volta das 22:30 quando encontrei toda encolhida
uma gatinha muito linda sozinha molhada com fome e com
frio perguntei para um casal que saia do prédio onde achei ela
se eles sabiam se ela era de alguém, disseram que ela estava ali desde
de manha, choveu o dia todo, e ninguém fez nada, na a rua mais
movimentada da cidade, ninguém se coçou para ajuda lá, sem pensar
peguei ela e trouxe pra casa dei ela para uma amiga, agora ela tem um lar
esta protegida e ninguém mais vai fazer mal para ela....
Quem não gosta de animais ou da natureza não vale o ar que respira
somente ocupa espaço na terra, essas pessoas devem morrer!




quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Clarice Lispector


É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.
Clarice Lispector

domingo, 4 de novembro de 2007

Lord Byron


Lord Byron

(Tradução de Castro Alves)

Trevas

Eu tive um sonho que não era em todo um sonho

O sol esplêndido extinguira-se, e as estrelas

Vagueavam escuras pelo espaço eterno,

Sem raios nem roteiro, e a enregelada terra

Girava cega e negrejante no ar sem lua;

Veio e foi-se a manhã - Veio e não trouxe o dia;

E os homens esqueceram as paixões, no horror

Dessa desolação; e os corações esfriaram

Numa prece egoísta que implorava luz:

E eles viviam ao redor do fogo; e os tronos,

Os palácios dos reis coroados, as cabanas,

As moradas, enfim, do gênero que fosse,

Em chamas davam luz; As cidades consumiam-se

E os homens juntavam-se junto às casas ígneas

Para ainda uma vez olhar o rosto um do outro;

Felizes enquanto residiam bem à vista

Dos vulcões e de sua tocha montanhosa;

Expectativa apavorada era a do mundo;

Queimavam-se as florestas - mas de hora em hora

Tombavam, desfaziam-se - e, estralando, os troncos

Findavam num estrondo - e tudo era negror.

À luz desesperante a fronte dos humanos

Tinha um aspecto não terreno, se espasmódicos

Neles batiam os clarões; alguns, por terra,

Escondiam chorando os olhos; apoiavam

Outros o queixo às mãos fechadas, e sorriam;

Muitos corriam para cá e para lá,

Alimentando a pira, e a vista levantavam

Com doida inquietação para o trevoso céu,

A mortalha de um mundo extinto; e então de novo

Com maldições olhavam para a poeira, e uivavam,

Rangendo os dentes; e aves bravas davam gritos

E cheias de terror voejavam junto ao solo,

Batendo asas inúteis; as mais rudes feras

Chagavam mansas e a tremer; rojavam víboras,

E entrelaçavam-se por entre a multidão,

Silvando, mas sem presas - e eram devoradas.

E fartava-se a Guerra que cessara um tempo,

E qualquer refeição comprava-se com sangue;

E cada um sentava-se isolado e torvo,

Empanturrando-se no escuro; o amor findara;

A terra era uma idéia só - e era a de morte

Imediata e inglória; e se cevava o mal

Da fome em todas as entranhas; e morriam

Os homens, insepultos sua carne e ossos;

Os magros pelos magros eram devorados,

Os cães salteavam seus donos, exceto um,

Que se mantinha fiel a um corpo, e conservava

Em guarda as bestas e aves e famintos homens,

Até a fome os levar, ou os que caíam mortos

Atraírem seus dentes; ele não comia,

Mas com um gemido comovente e longo, e um grito

Rápido e desolado, e relambendo a mão

Que já não o agradava em paga - ele morreu.

Finou-se a multidão de fome, aos poucos; dois,

Dois inimigos que vieram a encontrar-se

Junto às brasas agonizantes de um altar

Onde se haviam empilhado coisas santas

Para um uso profano; eles a resolveram

E trêmulos rasparam, com as mãos esqueléticas,

As débeis cinzas, e com um débil assoprar

E para viver um nada, ergueram uma chama

Que não passava de arremedo; então alçaram

Os olhos quando ela se fez mais viva, e espiaram

O rosto um do outro - ao ver gritaram e morreram

- Morreram de sua própria e mútua hediondez,

- Sem um reconhecer o outro em cuja fronte

Grafara o nome "Diabo". O mundo se esvaziara,

O populoso e forte era uma informe massa,

Sem estações nem árvore, erva, homem, vida,

Massa informe de morte - um caos de argila dura.

Pararam lagos, rios, oceanos: nada

Mexia em suas profundezas silenciosas;

Sem marujos, no mar as naus apodreciam,

Caindo os mastros aos pedaços; e, ao caírem,

Dormiam nos abismos sem fazer mareta,

mortas as ondas, e as marés na sepultura,

Que já findara sua lua senhoril.

Os ventos feneceram no ar inerte, e as nuvens

Tiveram fim; a escuridão não precisava

De seu auxílio - as trevas eram o Universo.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Música do Dia ...


Svältvinter

Vintersorg

Composição: Vintersorg

Den birfilande snöstorm vid herkuliska uren
Över iskrönt gränsrygg i ursprungsmakt
Fran bergryggens skulderblad hörs näverluren
De klagande toner i svältande trakt

Med hungerns sorgevagnar som släpande ok
Utmärglade, halögda, med bukar som rämnar
Nybyggaröden insvepta i vinterns dok
Där ovädret skövlar och ruiner efterlämnar

Vävtätt är snöfallet som ger en matt belysning
Kylan förkunnar sin härskarrätt
Nu födan har sinat, allt känns som en feberrysning
Det gnager i själen hos fjällbygdens ätt

Livslagan falnar för omältig nöd
"Ett kungarike, för kött och bröd"
Fran korpboning höres hanskratten
Sa sakteligen närmar sig polarnatten

Och fjällskred avlas vid topparnas fästen
En dundrande härsmakt i rasande färd
Byns undergang, och lavinen är själva offerprästen
Och drivornas fängsel dess altarhärd

Frosttronade de domnar
Till griftlig stillhet de somnar


Svältvinter (tradução)

Vintersorg

Composição: Vintersorg

Svältvinter (Tradução)

A tempestade de neve que cai sobre a hercúlea rocha primaria
Sobre o horizonte coroado pela neve em poder original
Da encosta da montanha um corno de bétula é ouvido
Chorando tons pelas regiões famintas

Refrão
Com a entidade da angustia da fome arrastando seu jugo
Macilento, olhos profundos, com abdome repartido
O destino dos colonos levado com o véu do inverno
Onde a tempestade destrói e deixa somente ruínas

Densa e ondulada é a nevasca que dá uma luz pálida
O frio proclama seu direito ao reino
Agora o alimento se foi, tudo parece um calafrio de febre
Corrói a alma na dinastia da montanha

A centelha de vida se esvai pela necessidade insaciável
“Meu reino por carne e pão”
Dos ninhos dos corvos uma risada de desprezo é ouvida
Enquanto o poder polar se aproxima devagar

E avalanches nos porões dos picos
Uma rumorosa armada em uma furiosa jornada
Isso leva devastação as vilas, e a avalanche é um sacerdote do sacrifício
E a prisão de cascalhos é o santuário

Entronados na geada eles perdem suas consciências
Em uma serenidade sepulcral eles vão dormir.


segunda-feira, 29 de outubro de 2007


Se Eu Morresse Amanhã!

Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que dove n'alva
Acorda a natureza mais loucã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Lembrança de Morrer Álvares de Azevedo


Lembrança de Morrer

Álvares de Azevedo

Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.

Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poente caminheiro
__ Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh´alma errante,
Onde fogo insensato a consumia;
Só uma saudade - é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade - é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe! pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!

De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos - bem poucos - e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoidecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.

Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios em encostou a face linda!

Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.

Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!

Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida.
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
__ Foi poeta - sonhou - e amou na vida.

Sombras do vale, noites da montanha,
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!

Mas quando preludia ave d´aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...

Deixai a lua prantear-me a lousa!

domingo, 21 de outubro de 2007

Mulheres e árvores ...

Mulheres e árvores



As mulheres são como as árvores:
elas fincam raízes no solo dos nossos corações,
têm paciência e capricho com o próprio crescimento,
seus braços são poderosos e, ao abraçá-las,
nossos espíritos recebem renovadas energias.
Elas amam e cuidam dos seus frutos,
mesmo sabendo que um dia o mundo os levará para longe.
Outras, aquelas que não dão frutos,
oferecem sua sombra àqueles que necessitam de descanso.
Quando açoitadas por fortes ventos da vida,
elas emanam o perfume da força,
trazendo calma por mais assustadora que seja a noite.
Seus corações voam alto o suficiente
para escutarem mais de perto os recados do céu.
Elas oxigenam as ruas das cidades, as avenidas,
os acostamentos de estradas e as beiras de rios e até as matas.
Elas entendem o canto dos passarinhos e, mais do que ninguém,
valorizam e protegem seus ninhos.
Suportam melhor a solidão e as dificuldades da vida...
Elas nascem em maior número
para que o verde da esperança jamais empalideça.
Todas mulheres são árvores...
e que lindas florestas elas fazem.


sexta-feira, 19 de outubro de 2007


A sua vista um humilde veterano do vaudeville, trajado com vestes de vítima e vilão pelas vicissitudes do destino. Esse semblante não mervermis de vaidade, é um vestígio de Vox populi agora vazia e esvaecida. Porém essa valorosa visitação de uma vexação passada se encontra vivificada e fez um voto de vencer os vermes vorazes e virulentos que se valem do vicio e valorizam a violação violenta depravada e voraz da vontade. O único veredicto é a vingança, a vendeta tida como votiva não por vaidade, pois o valor e a veracidade de tal devem um dia vindicar o vigilante e o virtuoso. Verdade como essa vivida verborragia se torna assaz verboso, permita que eu acrescente que é uma grande honra pra min, conhecê-los. Podem me chamar de V. V de Vingança

segunda-feira, 15 de outubro de 2007


Temple Of Love (tradução)

The Sisters Of Mercy


Templo do Amor

Com fogos de dor de um tiro em minha mão
Você corre para se esconder no templo do amor
Você corre para outro mas é sempre o mesmo
Para o vento que soprará meu nome por toda essa terra

No templo de amor vocês se escondem juntos
Acreditando na dor e no medo exterior
Mas algo de vocês percorrem o tempo
E as lágrimas que ele chorou
Choverão pelas paredes com os olhos dos amantes

No templo do amor: Brilha como trovão
No templo do amor: Chora como chuva
No templo do amor: Ouça meu chamado
No templo do amor: Ouça meu nome

E o demônio em roupas pretas observa tudo
Meu anjo da guarda foge
A vida é curta e o amor sempre acaba pela manhã
Vento negro leve-me para longe

Com a morte da luz do sol e a noite sobre mim
Com a arma de um amante e a dor de um tiro por dentro

Você corre para se esconder no templo do amor
Você corre para outro é tudo o mesmo
Para o vento que soprará e atirará suas muralhas para o lado
Com os fogos de artifício estourando sobre mim
Com a arma de um amante e a dor de um tiro
Você corre para se esconder no templo do amor
Eu brilho como trovão e choro como a chuva
E o templo cresce forte
Mas o vento soprará com força, frio e longamente
E o templo do amor ruirá antes que este vento negro
Não mais sopre meu nome para você
No céu negro os relâmpagos impetuosos
Arrastando sobre o chão as águas
Os sons das águas chorando, ofegando não salvará sua fé
Em tijolos e sonhos de concreto
Todas as suas preces deverão se parecer com nada
Noventa e seis abaixo das ondas
Quando a pedra é pó e somente o ar permanecerá

No templo do amor: Brilha como trovão
No templo do amor: Chora como chuva
No templo do amor: Ouça meu chamado
E no templo do amor esta ruindo

(repete verso 7)
O único porto em que você pode confiar
(repete verso 3)
Com os fogos de artifício estourando sobre mim
Com a arma de um amante e a dor de um tiro
(repete verso 6)

domingo, 14 de outubro de 2007


Cinderela em negativo

Saltos altos de cristal
Cravam-se, atrapalhados,
No meu coração

Dentro do espelho partido
Duas vozes:
A feroz que come o doce.
A feliz que a morte trouxe.

Gargalhada acrílica,
Volume leve do Pessimismo.
Estratégia de Aranha
Recuando, já ninguém a acredita
Também, já ninguém apanha.

A beleza de tudo e todos
À noite.
Camuflados em ridículo bruxedo
Quando bebemos,
Pesados, tremendo,
Todos os licores do Medo.
Ela sai à pressa.
Rasga a couraça.
O bilhete de identidade
A sua nobre raça.
Irmã do Mesmo_
Irmã do Outro.
Cabelo vermelho.
Abóbora elegante e explosiva_
Bomba de pregos certeiros.
Minúsculo e tóxico
Quarto minguante de Lua.
Ratos feiticeiros.
Rouba-me a noite,
Esnconde-a enfim,
Agora que estávamos
Tão próximos do fim.

O mal de viver
Que nunca acaba.
A caça jurada.
O troféu em mim.



Fernando Ribeiro

Escritor e Vocalista do Moonspell

sábado, 13 de outubro de 2007


Um dia..........
o dragão chegará.............
acompanhado da escuridão total........

Um dia...............
Estarei sozinha...............
Sentindo muito frio.................

Você vai chegar.........
Com Sua Espada..........
E matara Todos os monstros dentro de mim..........

Incluindo o Dragão da Solidão.................


Elsa

sábado, 6 de outubro de 2007




Be My Druidess

Type O Negative


Be my druidess
Be my everything
Be my druidess
Be mine
Around the pyre, A circle of thirteen
Throughout these woods, ecstatic screams
I look deeply into your eyes
I smell your hair, caress your thighs
Now we'll make love by fire light
A blaze so high it lights the night
Long fingernails dug in my skin
Yourself so wet invites me in
Our lust increased feeds desire
As we combust, yeah we on fire
I feel you shake so deep inside
Ooh scream my name and squeeze me tight
I'll do anything to make you come


Ismália

Alphonsus de Guimaraens


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...




segunda-feira, 10 de setembro de 2007




Belas vampiras ao som de Moonspell

domingo, 9 de setembro de 2007

I Belive In A Thing Called Love





"quem inventou o amor me explica por favor!" onde ele esta, porque as pessoas não acreditam mais nele, porque achar que todo mundo trai que ninguém é de ninguém hoje tava assistindo TV e um autor de novelas disse que os homens não se entregavam de tal maneira como as mulheres, que ele chegava a ter pena da forma que as mulheres amavam!Oras quem tem pena é galinha!Existe homens românticos, homens que não traiam, falavam a respeito de
Marilyn Monroe o quanto ela era linda mas
nunca foi amada de verdade por nenhum homem que passou por sua vida
assim como Lady Diana que quando encontrou o amor morreu e tantas
outras mulheres!Não consigo acreditar no fato que somente as mulheres amam,
quer um exemplo;Gonçalves Dias,
Ainda Uma Vez Adeus.ele não quis mais viver
leiam s historia dele é muito bonita , muitas pessoas acham que as letras das musicas de metal
falam somente do Diabo, mais peguem For You do My Dying Bride


For You (tradução)
My Dying Bride

Eu estarei lá por você
Tudo o que eu quero é você

Quando eu vejo seu rosto
Todos os anjos se envergonham

Deite-se comigo, beleza

Sinta-me perto de você
Pegue minha mão para você
Tocando-a suavemente.
Sua pele quente...
...
Tudo o que sempre quis

Eu tenho, eu nunca mais preciso desejar de novo
Você foi enviado do Paraíso

Por que parar de amar, porque deixar de acreditar no amor Mulheres acreditem existe o verdadeiro Amor Homens demonstremo Amor que vos sentem por Elas!!!!

I Belive In A Thing Called Love

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Ainda Uma Vez Adeus

Ainda Uma Vez Adeus I
Enfim te vejo! - enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te,
Que não cessei de querer-te,
Pesar de quanto sofri.
Muito penei! Cruas ânsias,
Dos teus olhos afastado,
Houveram-me acabrunhado
A não lembrar-me de ti!
II
Dum mundo a outro impelido,
Derramei os meus lamentos
Nas surdas asas dos ventos,
Do mar na crespa cerviz!
Baldão, ludíbrio da sorte
Em terra estranha, entre gente,
Que alheios males não sente,
Nem se condói do infeliz!
III
Louco, aflito, a saciar-me
D'agravar minha ferida,
Tomou-me tédio da vida,
Passos da morte senti;
Mas quase no passo extremo,
No último arcar da esperança,
Tu me vieste à lembrança:
Quis viver mais e vivi!
IV
Vivi; pois Deus me guardava
Para este lugar e hora!
Depois de tanto, senhora,
Ver-te e falar-te outra vez;
Rever-me em teu rosto amigo,
Pensar em quanto hei perdido,
E este pranto dolorido
Deixar correr a teus pés.
V
Mas que tens? Não me conheces?
De mim afastas teu rosto?
Pois tanto pôde o desgosto
Transformar o rosto meu?
Sei a aflição quanto pode,
Sei quanto ela desfigura,
E eu não vivi na ventura...
Olha-me bem, que sou eu!
VI
Nenhuma voz me diriges!...
Julgas-te acaso ofendida?
Deste-me amor, e a vida
Que me darias - bem sei;
Mas lembrem-te aqueles feros
Corações, que se meteram
Entre nós; e se venceram,
Mal sabes quanto lutei!
VII
Oh! se lutei!... mas devera
Expor-te em pública praça,
Como um alvo à populaça,
Um alvo aos dictérios seus!
Devera, podia acaso
Tal sacrifício aceitar-te
Para no cabo pagar-te,
Meus dias unindo aos teus?
VIII
Devera, sim; mas pensava,
Que de mim t'esquecerias,
Que, sem mim, alegres dias
T'esperavam; e em favor
De minhas preces, contava
Que o bom Deus me aceitaria
O meu quinhão de alegria
Pelo teu, quinhão de dor!
IX
Que me enganei, ora o vejo;
Nadam-te os olhos em pranto,
Arfa-te o peito, e no entanto
Nem me podes encarar;
Erro foi, mas não foi crime,
Não te esqueci, eu to juro:
Sacrifiquei meu futuro,
Vida e glória por te amar!
X
Tudo, tudo; e na miséria
Dum martírio prolongado,
Lento, cruel, disfarçado,
Que eu nem a ti confiei;
"Ela é feliz (me dizia)
"Seu descanso é obra minha."
Negou-me a sorte mesquinha...
Perdoa, que me enganei!
XI
Tantos encantos me tinham,
Tanta ilusão me afagava
De noite, quando acordava,
De dia em sonhos talvez!
Tudo isso agora onde pára?
Onde a ilusão dos meus sonhos?
Tantos projetos risonhos,
Tudo esse engano desfez!
XII
Enganei-me!... - Horrendo caos
Nessas palavras se encerra,
Quando do engano, quem erra.
Não pode voltar atrás!
Amarga irrisão! reflete:
Quando eu gozar-te pudera,
Mártir quis ser, cuidei qu'era...
E um louco fui, nada mais!
XIII
Louco, julguei adornar-me
Com palmas d'alta virtude!
Que tinha eu bronco e rude
C'o que se chama ideal?
O meu eras tu, não outro;
Stava em deixar minha vida
Correr por ti conduzida,
Pura, na ausência do mal.
XIV
Pensar eu que o teu destino
Ligado ao meu, outro fora,
Pensar que te vejo agora,
Por culpa minha, infeliz;
Pensar que a tua ventura
Deus ab eterno a fizera,
No meu caminho a pusera...
E eu! eu fui que a não quis!
XV
És doutro agora, e pr'a sempre!
Eu a mísero desterro
Volto, chorando o meu erro,
Quase descrendo dos céus!
Dói-te de mim, pois me encontras
Em tanta miséria posto,
Que a expressão deste desgosto
Será um crime ante Deus!
XVI
Dói-te de mim, que t'imploro
Perdão, a teus pés curvado;
Perdão!... de não ter ousado
Viver contente e feliz!
Perdão da minha miséria,
Da dor que me rala o peito,
E se do mal que te hei feito,
Também do mal que me fiz!
XVII
Adeus qu'eu parto, senhora;
Negou-me o fado inimigo
Passar a vida contigo,
Ter sepultura entre os meus;
Negou-me nesta hora extrema,
Por extrema despedida,
Ouvir-te a voz comovida
Soluçar um breve Adeus!
XVIII
Lerás porém algum dia
Meus versos d'alma arrancados,
D'amargo pranto banhados,
Com sangue escritos; - e então
Confio que te comovas,
Que a minha dor te apiade
Que chores, não de saudade,
Nem de amor, - de compaixão.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Cuide - Se



"Não, não te assustes: não fugiu o meu espírito
Vê em mim um crânio, o único que existe
Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,
Tudo aquilo que flui jamais é triste.
Vivi, amei, bebi, tal como tu; morri;
Que renuncie e terra aos ossos meusEnche!
Não podes injuriarme; tem o vermeLábios mais repugnantes do que os teus.
Onde outrora brilhou, talvez, minha razão,
Para ajudar os outros brilhe agora e;
Substituto haverá mais nobre que o vinho
Se o nosso cérebro já se perdeu?Bebe enquanto puderes; quando tu e os teus
Já tiverdes partido, uma outra gente
Possa te redimir da terra que abraçar-te,
E festeje com o morto e a própria rima tente.
E por que não? Se as fontes geram tal tristeza
Através da existência-curto dia-,Redimidas dos vermes e da argila
Ao menos possam ter alguma serventia."


Lord Byron


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